APOIO:

APOIO:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

0 Cine PEV e I Ciclo de Filmes LGBT


O Ponto de Cultura Cine PEV está participando do “I Ciclo de Filmes LGBT - uma perspectiva de discussão sobre a diversidade e o respeito aos direitos”. O Ciclo é promovido pela organização da Parada da Diversidade e acontece de 9 a 21 de abril. O Cine PEV fica na rua Jorge Teixeira, 9, Inocoop I / Candeias (próximo ao Lomantão).


Confira a programação da Mostra:

Terça Feira, 13: Café da Manhã em Plutão, direção: Neil Jordan, no Cine PEV- Av. Jorge Teixeira, Nº9, Inocoop I -Candeias.

sinopse:Patrick "Pussy" Braden (Cillian Murphy) é travesti numa pequena cidade da Irlanda. Filho de um relacionamento entre uma doméstica e o padre local, depois de abandonado pela mãe Patrick foi criado por Ma Braden (Ruth McCabe), que não suporta seu jeito afeminado. Juntamente com seus amigos Charlie (Ruth Negga), Irwin (Laurence Kinlan) e Laurence (Seamus Reilly), Patrick decide sair de casa e partir em busca de sua mãe verdadeira.

Quinta Feira, 15: Transamerica, direção: Duncan Tucker, no Teatro Carlos Jeovah- Pça. da Bandeira, Centro.

sinopse: Bree Osbourne (Felicity Huffman) é uma orgulhosa transexual de Los Angeles, que economiza o quanto pode para fazer a última operação que a transformará definitivamente numa mulher. Um dia ela recebe um telefonema de Toby (Kevin Zegers), um jovem preso em Nova York que está à procura do pai. Bree se dá conta de que ele deve ter sido fruto de um relacionamento seu, quando ainda era homem. Ela, então, vai até Nova York e o tira da prisão. Toby, a princípio, imagina que ela seja uma missionária cristã tentando convertê-lo. Bree não desfaz o mal-entendido, mas o convence a acompanhá-la de volta para Los Angeles.

Sexta, 16: Milk, direção: Gus Van Santna, na Rede de Atenção - Praça Trancredo Neves, 116, Centro.

sinopse: Início dos anos 70. Harvey Milk (Sean Penn) é um nova-iorquino que, para mudar de vida, decidiu morar com seu namorado Scott (James Franco) em San Francisco, onde abriram uma pequena loja de revelação fotográfica. Disposto a enfrentar a violência e o preconceito da época, Milk busca direitos iguais e oportunidades para todos, sem discriminação sexual. Com a colaboração de amigos e voluntários (não necessariamente homossexuais), Milk entra numa intensa batalha política e consegue ser eleito para o Quadro de Supervisor da cidade de San Francisco em 1977, tornando-se o primeiro gay assumido a alcançar um cargo público de importância nos Estados Unidos.

Segunda, 19: Caravaggio, direção: Derek Jarman, no Teatro Carlos Jeovah- Pça. da Bandeira, Centro.

Sinopse: Michelangelo de Caravaggio, famoso pintor da Renascença, é procurado por assassinato e foge da lei há anos. Sua única companhia é o jovem aprendiz Gerusaleme, um surdo-mudo que ele adotou ainda criança. Em seu leito de morte, Caravaggio relembra os fatos mais marcantes de sua vida. Adolescente, sobreviveu se prostituindo e pintando retratos, até ser acolhido por um cardeal. Anos mais tarde, se envolveu com o casal Lena e Ranuccio, que se tornaram seus modelos. A explosiva relação a três terminou por detonar uma série de tragédias.
Quarta, 21: Querelle, diretor: Rainer Werner, na Rede de Atenção- Praça Trancredo Neves, 116, Centro.

sinopse:Na cidade portuária de Brest, nada é o que parece ser. Neste cenário de sonho, Querelle, um marinheiro amoral que desperta sentimentos de amor e morte em homens e mulheres, planeja crimes e procura satisfazer os seus desejos. Baseado livremente em romance de Jean Genet, Querelle é uma obra transgressora, na qual Fassbinder não faz concessões para transmitir sua visão de mundo ao espectador.

Todas as sessões acontecem às 19 horas.

domingo, 28 de março de 2010

0 Encerramento da Mostra Artística da Teia Brasil 2010

Cortejo e espetáculo na noite de domingo, 28 de março, na orla de Fortaleza, marca o êxito das atividades

A festa de encerramento da Mostra Artística da Teia Brasil 2010 - Tambores Digitais foi realizada na noite deste domingo, 28 de março, na orla de Fortaleza. O Cortejo da Cidadania Ebulição dos Libertos - homenagem ao jangadeiro Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, que iniciou o movimento de liberdade aos escravos quatro anos antes da Lei Áurea -, caminhou por cerca de três quilômetros.

Puxada por grupos artísticos de Pontos de Cultura, a comitiva animou a todos que assistiam a sua passagem. Além dos participantes do 4º Encontro Nacional de Pontos de Cultura e dos dirigentes do Ministério da Cultura, a população local e os turistas, que mal sabiam o que estava acontecendo, acompanharam a manifestação ao longo do calçadão: “É lindo de se vê!”, afirmou a feirante Vagna.

Afro Música, Balada Carbono, Batuqueira, Boi Juventude, Capoeira Angola é Ouro, Conexão Felipe Camarão, Cordão de Ouro, Cuca, Maracatu Estandarte de Ouro, Maracatu Sol, Maracatu Nação Axé, Maracatu Nação Axé de Oxossi, Congado Moçambique Estrela Guia, Multiplicadores de Música e Povo da Música estão dentre os que participaram da marcha festiva.

Nas janelas dos prédios situados à beira-mar, muitos moradores curiosos tentavam interar-se sobre o que ocorria. Sob uma forte chuva e na mistura envolvente de diversas expressões artísticas - música, dança, circo -, o cortejo seguiu empolgando até o palco montado no aterro da Praia de Iracema, onde os espetáculos seriam promovidos.

“É muito bom a gente se envolver com a cultura do Brasil”, afirmou a jovem Maria Tainara, integrante do Ponto de Cultura Maracatu Nação Axé de Oxossi, da capital cearense. Sobre as atividades realizadas na instituição, garantiu que ”ensaia muito para se apresentar bem bonito para as pessoas”. Já dona Maria de Fátima, outra integrante do grupo que existe há quatro anos, disse achar “muito importante e bonito o que está acontecendo porque no Ceará são poucos que dão valor ao Maracatu”.


Programação Artístico-cultural

Ao todo, 88 atividades realizadas pelos Pontos de Cultura compuseram a Mostra Artística da Teia Brasil 2010, desenvolvida entre 25 e 28 de março, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e outros locais. A rica diversidade cultural do Brasil estave representada em várias formas de instrumentais - tambores, repiques, berimbaus, pífanos -, e em manifestações como o bumba-meu-boi, congado, repente, cordel, afoxé e hip hop, para citar alguns.

Costumes herdados, descobertos, escolhidos e, sobretudo, transmitidos de geração a geração. A comunicação aliada com a novas mídias digitais, diversos segmentos tiveram lugar na quarta edição dessa festa da cultura brasileira, que se encerra em 31 de março. Cerca de quatro mil participantes estão envolvidos no compartilhamento das ações dos mais de 2.500 Pontos de Cultura do país.

Os representantes dessas instituições de todas as regiões se mobilizam durante o evento em Fortaleza para firmar parcerias, dividir experiências e descobrir a melhor maneira de construir e consolidar políticas públicas necessárias à valorização dos saberes e das tradições. No final, como resultado, haverá o entrelaçamento e a formação de uma grande teia na busca do fortalecimento das nossas raízes culturais

Fonte: MinC
Texto: Sheila Rezende, Comunicação Social/MinC

Fotos: André Goldman e Marina Cavalcante/Ad2m Comunicação

quinta-feira, 25 de março de 2010

0 III Fórum Nacional dos Pontos de Cultura

Uma arena de discussão

Como parte da programação da Teia 2010 – Tambores Digitais, Fortaleza recebe, entre os dias 29 e 31 de março, a terceira edição do Fórum Nacional de Pontos de Cultura (FNPC), um espaço para se conhecer os Pontos, para que eles possam se conhecer melhor e, ainda, para aprofundar o debate sobre políticas públicas voltadas à Cultura no país, com ênfase nos Pontos de Cultura, Programa Cultura Viva e Sistema Nacional de Cultura.

“O FNPC têm como objetivo geral consolidar-se como uma instância permanente de atuação político-cultural, identificação de demandas e elaboração de propostas para o desenvolvimento de Políticas Públicas.”

(Regimento Interno do II Fórum Nacional dos Pontos de Cultura)

Como o movimento de cultura é fragmentado por áreas, ao acompanhar as demandas dos Pontos, o Fórum permite seu alinhamento. É o que defende Robson Bomfim Sampaio, representante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPC) do Estado de São Paulo. Ele explica que, quando organizaram o primeiro Fórum na Teia de 2007, seus mais de 500 participantes pretendiam discutir “esse novo processo político que estava se dando dentro do movimento social de cultura”. Desta forma segundo Robson, foi havendo uma maior integração entre os Pontos, um incentivo às trocas entre eles. E, ao se conhecer como Ponto, surgiu uma identidade comum.

“O movimento de cultura é muito fragmentado, não tem uma unidade e, a partir desse momento [realização do primeiro Fórum] tinha uma unidade, pois a gente conseguiu se alinhar e fazer ações conjuntas dentro da meta que era construir e consolidar o programa Cultura Viva em nossas comunidades”, diz.

Além disso, um outro objetivo do encontro é fortalecer os fóruns e redes estaduais de Pontos de Cultura. Esta arena para as pessoas discutirem as necessidades e as dificuldades é coordenada pela CNPC e ocorre após a realização dos Fóruns Estaduais e Regionais dos Pontos de Cultura, bem como depois da Teia, já que as discussões podem dar subsídio ao debate.

Só para se ter uma idéia, no II FNPC, foram aprovadas 125 resoluções específicas e 90 resoluções gerais sobre políticas públicas para a cultura. O encontro realizado em 2008 reuniu 578 participantes, entre representantes da CNPC, do Ministério da Cultura, observadores e convidados.

Confira a Programação Geral da Teia

Fonte: Site oficial da Teia 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

0 Uma fábula diferente

Vou contar uma história, que ouvi de minha mãe, que ouviu de minha avó e que, muitos de nós já ouvimos de tantas outras mães e avós espalhadas pelo mundo.

Em um imenso jardim habitavam em harmonia muitos bichos. Bichos grandes e pequenos, que voavam, andavam ou rastejavam e que moravam em tocas, ninhos e buracos. Era verão e durante todo o dia, trabalhavam incansavelmente todos eles: cortavam, transportavam e armazenavam alimento; pois o inverno naquelas paragens era rigoroso e quem não se precavesse certamente padeceria.

No entanto, o labor não era de todo fatigante. Os bichos trabalhavam alegremente embalados pela música da cigarra, que com seu violão pousava em um galho numa árvore próxima e cantava durante todo o dia. O momento era bom, o verão era festivo e a cigarra era amiga de todos.

Seus amigos, aliás, volta e meia alertavam-na: “Dona Cigarra, deixe de lado essa coisa de música, de cultura, venha trabalhar como nós todos fazemos!”. A cigarra se sentia envergonhada por alguns instantes, um peso e uma culpa por não estar na lavoura com os outros insetos pesavam sobre suas asas de celofane.

Mas, no outro dia, lá estava ela a cantar e alegrar a natureza. Ninguém conseguiria pensar um jardim sem a afinadíssima cigarrinha, que cantava de graça, sem cachê, sem nada. Cantar para Dona Cigarra era a única coisa que importava. A música era sua vida. Nasceu para aquilo e por aquilo morreria. Era mais forte que ela! Diferente dos outros cantores da natureza, como o grilo ou a esperança, que tinham outros meios de vida e cantavam por tantos motivos e se calavam por cautela, medo, cansaço. Também nunca teve palco e público, com tanta pompa como os artistas famosos: sabiá, canário e rouxinol, já com fama internacional. A cigarra cantava porque seu corpo pedia.

Chegou o terrível inverno e os bichos se abrigavam em suas casas, no conforto e tranqüilidade que seus trabalhos lhes proporcionaram. Menos a cigarrinha. Sem salário, nem cachê, a pobre cigarra possuía apenas seu talento e seu violão. Não tinha cartão de crédito, nem nunca pôde fazer um financiamento de uma casa pela Caixa. Sem eira, nem beira, a solução foi pedir. Procurou formigas, borboletas, lagartas, besouros. Em todas as portas que bateu, reprovação. A palavra mais leve que ouviu foi vagabunda. “Está vendo? Nós te avisamos que fosse trabalhar, mas quer viver de fazer cultura... Não vai a lugar algum. Poderia ter sido uma formiga engenheira ou uma abelha com produção em cooperativa, qualquer coisa que desse para sustentá-la”. Sem ter como sobreviver e sem auto-estima, a Dona Cigarra se lamentou por ser uma artista.

Desde criança, somos catequizados por histórias e canções que nos mostram a produção cultural como um aspecto menor e nunca como uma profissão, um modo de vida. Viver e fazer cultura são “coisas de marginal, desocupado...” Assim, crescemos com este pensamento incorporado às nossas opiniões, achando normal e justo que “Pai Francisco” só porque entrou numa roda de samba tocando seu violão, seja conduzido à prisão por “seu delegado” e espancado como um bandido. Delegado, aliás, que deve ter sido o mesmo que quebrou a cabeça do “Samba Lelê”, que só porque queria ser sambista estava merecendo umas boas palmadas.

Aquela nossa fábula se passa em nossos dias num jardim qualquer na Bahia. E a nossa cigarrinha, ao contrário de tantas outras cigarras, atores, artistas plásticos e cantadores, que morreram à míngua nos invernos culturais que sempre os afligiam - foi amparada pela Secretaria de Cultura, e, mesmo contra a vontade dos gafanhotos e traças, que viviam de comer os investimentos públicos em cultura do Estado, acabou montando um Ponto de Cultura em seu jardim.

Recentemente, as aranhas - que também têm um Ponto de Cultura voltado ao artesanato – organizaram um encontro da Teia dos Pontos de Cultura. Nele, a nossa Dona Cigarra se apresentou com um coral de pequenas cigarrinhas, suas alunas. Foram aplaudidas de pé. Alguma coisa começou a mudar.


Fonte: Blog do Ponto de Cultura Adilson Duarte (PCAD)
Texto: Júnior Pinheiro*
*Jornalista, Membro da Executiva dos Pontos de Cultura da Bahia,
Representate Territorial dos Pontos de Cultura (TMRC),
Coordenador de Comunicação do PCAD

LAYOUT: Júnia Martins